Cadernos para Maria Helena

Nível de Dificuldade: 1-3
Nº de Páginas: 44/46(PDF)

Esta colecção de pequenas peças e exercícios é dedicada a Maria Helena e às crianças que, como ela, se aventuraram na aprendizagem de um instrumento musical como o violino. Não é fácil para o professor manter o entusiasmo de uma criança pequena que começa, depois das primeiras aulas, a perceber a dificuldade que tem a execução de um instrumento de arco.
Surgiu a ideia – não original, com certeza – de escrever algumas pequenas canções para jovens, com uma segunda voz para ser realizada pelo professor ou algum outro aluno mais adiantado. Coloco ainda uma série de pequenos exercícios que tentam resolver algumas dificuldades básicas, mas nem por isso menos duras para um aluno que começa a trabalhar com a mão esquerda como, por exemplo, o facto de apanhar uma nota com o segundo ou terceiro dedo sem poder passar primeiro pelo auxílio do primeiro. Nestes exercícios, parte destes problemas tentam ser resolvidos paulatinamente ao mesmo tempo que o aluno estuda o exercício (ou canção) correspondente. O professor pode e deve inventar exercícios semelhantes para ajudar a resolver os problemas que encontre durante o ensino destes. A notação musical foi escolhida em função da aprendizagem das figuras e a sua associação à música, seguramente conhecida pela criança. Desde o momento em que a música é familiar ao jovem que tem um violino na mão, alguns problemas de entoação e afinação poderão ser resolvidos a partir da comparação entre a imagem mental da melodia conhecida e o som real resultante. Pelo menos é a experiência que observo durante as breves práticas com a Maria Helena. Por este motivo, sugiro ao professor que faça cantar primeiro a melodia antes de ser tocada.
Como continuação na evolução do jovem estudante, introduzo o estudo de algumas escalas; sol maior em duas oitavas, dó maior numa oitava, supondo que o aluno já toca as escalas de ré maior e lá maior numa oitava. Sobre a escala de sol maior, introduzo a prática das articulações, notas ligadas com o arco (duas de cada vez). Algumas articulações foram colocadas ao longo desta breve colecção, junto dos símbolos que indicam a arcada para cima e para baixo, para que o aluno se familiarize com estes desenhos.
Introduzo também a partitura vocal, com o texto escrito por baixo das notas, para que o aluno se acostume a visualizar as alturas e as figuras que representam a música que está a cantar, sem impedimentos ou desafios técnicos. Incluo versões para dois violinos e violino e piano para que os alunos iniciem a prática e o prazer de fazer música de câmara.
Todas as melodias foram seleccionadas do repertório que as crianças cantam na maioria dos infantários em Portugal. Recorro ainda a algumas modas ou danças tradicionais do Alentejo e uma colecção de melodias famosas de alguns países. A ordem de dificuldade é relativa; o professor pode escolher a música em função da destreza do seu aluno, assim como algumas articulações ou dedilhações que podem ser alteradas.
Na última parte deste livro, escrevo pequenas variações sobre a canção francesa que imortalizou Mozart e as suas variações para piano, que os jovens estudantes abordam com alguma frequência. Os problemas técnicos abordados são claros para qualquer professor: golpes de arco, som, repetição com um objectivo estrutural e artístico, compreensão de uma possibilidade formal como são as variações e desafio de vencer uma pequena obra de seis minutos, mantendo a concentração activa. As variações número 2 são menos elementares que as variações número 1, não são dedicadas ao mesmo aluno, mas sim a alguém com um nível técnico superior que necessite trabalhar outros aspectos da mecânica do instrumento. A linguagem? Tonal. O estilo? Clássico, como os primeiros estudos e exercícios.

Roberto A. Pérez

Coleção “Obra Didática de Roberto Alejandro Pérez” | Volume XI