Nível de Dificuldade: 1-3
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A Maria João começou a estudar fagote com um entusiasmo fora do vulgar para uma menina de 11 anos. O meu amigo Eduardo Sirtori é um entusiasta que entusiasma, além de ser o melhor fagotista que já conheci. Não é demais dizer que é um músico feroz. A partir de conversas e partilhas surgiu a necessidade de oferecer parte de mim à Maria João e ao Eduardo.
A música tradicional de Serpa, como está espelhada no Cancioneiro recolhido por Dona Maria Rita Ortigão Pinto Cortez e publicado pela Câmara da vila em 1994, serve de pretexto para homenagear o Folclore Alentejano. A pequena fuga é um bónus.
Através destes títulos, um adulto com a imaginação ainda fértil pode criar e recriar histórias que envolvam Viscondessas, Boticas, Ribeiras, Pombinhas, Rosas e a sempre falada Dona Anica. Estas histórias podem vir a ser acompanhadas pela audição destes duetos como uma forma de apresentar às crianças mais pequenas a sonoridade nobre do fagote.
Os registos e tonalidades relativamente confortáveis das melodias tradicionais fazem com que estes duetos possam ser utilizados com algum proveito por estudantes do instrumento com alguns meses de prática. Sugiro o canto das melodias primordiais antes da aproximação à execução. Com a voz controlamos tudo: o som, a afinação, o fraseado, a dinâmica, a Música.
Roberto A. Pérez
As primeiras aulas de fagote apresentam uma dificuldade considerável para o aluno, pois envolvem o desenvolvimento de uma nova consciência e domínio das partes do corpo envolvidas na execução do instrumento. A produção de som, por si só, pode demorar várias aulas. Após esta primeira fase, o aluno tem a oportunidade de abordar peças simples que o animam mas também, desde o início, mostrar- lhe e lembrar-lhe que o seu objectivo final é a música – e o fagote é um meio.
Nesta fase, e muito especial e particularmente no caso dos alunos principiantes portugueses, considero a utilização deste livro muito apropriada porque, uma vez que utiliza músicas conhecidas pela maioria das crianças em Portugal, apresenta notáveis benefícios para o aluno. O conhecimento prévio do texto das músicas e seu significado (e a presença do texto no livro para consulta imediata) facilitam muito a leitura – outra grande dificuldade para o aluno iniciante.
Isto permite:
1. ao aluno dedicar maior percentagem da sua atenção à relação técnica com o fagote sem tantos obstáculos causados pela leitura; 2. a facilitação no relacionamento desde o início com conceitos muito importantes, como o fraseado e o uso musical da respiração;
basta ler a poesia de uma música para entender onde começa e termina cada frase;
3. A que o jovem fagotista sinta o desafio de aproveitar ao máximo o seu crescente domínio do instrumento para concretizar o seu
objectivo musical, gradualmente concebido pelo tempo à qual conhece as canções.
Ou seja, em vez de ler uma melodia que não conhece e capitalizar o resultado final dessa leitura e a sua execução como experiência musical, o aluno já conhece muito bem a música e explorará de forma plena as suas habilidades técnicas incipientes no fagote para concretizar um ideal já concebido por ele, de acordo com o significado e a mensagem de cada canção já bastante conhecida.
Por isso, acho que aproveitar o notável capital cultural local para ensinar o meu instrumento favorito é uma ideia de bastante sucesso.
Eduardo Sirtori
Índice
Olha a borboleta!
A Viscondessa canção de roda
Feloreira, jardineira! canção de roda
Na botica Nova
Que barca é aquela?
Rosa branca ao peito
Venho da Ribeira Nova
As pombinhas da Catrina
Pequena fuga sobre “As pombinhas da Catrina”
Ó Senhora Dona Anica
Era uma vez um cavalo
Atirei o pau ao gato
O balão do João
Papagaio loiro
O nosso galo é bom cantor
Meu pintinho amarelinho
Uma, duas, três castanhas…
Doidas andam as galinhas
Coleção “Obra Didática de Roberto Alejandro Pérez” | Volume XXV
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