Nível de Dificuldade: 8
Nº de Páginas: 32 (geral)
No final de Julho de 2014, o meu amigo e director Mauro Dilema apresentou-me a Valsa de Alfredo Keil – Sallúquia, a Bella Moura. Esta Valsa é o resultado de uma encomenda das Águas de Moura ao autor do Hino Nacional Português. A partitura de Keil tem mais de 100 anos. A música original é leve, simpática, correspondo ao estilo de música de salão no início do século XX em Portugal.
A ideia de parafrasear a obra de Keil no formato de um pequeno bailado para os alunos do Conservatório Regional do Baixo Alentejo nasceu espontaneamente. Os materiais musicais e melodias deste trabalho foram retirados de diferentes secções da Valsa de Keil.
A linguagem utilizada é tonalmente simples, com alguns momentos mais ricos do ponto de vista da harmonia. As pequenas formas são muito esquemáticas para que possam ser facilmente assimiladas por crianças e jovens. A curta duração – que não se deve à duração de um bailado mais ortodoxo – justifica-se pelo tempo que este tipo de trabalho é encenado numa escola profissional.
As coreografias ficam ao critério dos professores de dança. Em relação aos cenários, sugiro que sejam simples, baseados em módulos geométricos. As luzes terão um papel extremamente importante. O ensemble instrumental deve partilhar o palco com o corpo de bailado, preferencialmente atrás, do lado esquerdo visto do público. A voz, feminina, deve estar na frente do palco, do lado direito.
A grafia dos nomes Sallúquia e Brafama foi retirada da partitura da Valsa de Alfredo Keil. Há outra possibilidade que omite a letra L (Salúquia) no nome da moura e coloca acento no primeiro A do governador de Arouche (Bráfama).
A lenda remonta ao século XII, quando Moura era habitada pelos árabes e tinha o nome Al-Manijah. Era uma terra governada por uma bela moura chamada Sallúquia, filha de Abu-Assan. Como Sallúquia estava apaixonada pelo governador de Arouche, Brafama, foi decidido o seu casamento. Na véspera, Brafama, acompanhado da sua comitiva, foi ao castelo da sua amada. Sabendo destes preparativos, os irmãos Álvaro e Pedro Rodrigues, à frente das tropas cristãs e por ordem de D. Afonso Henriques, emboscaram-no. Brafama foi morto e a sua comitiva destruída. Vestidos de árabes, os cavaleiros cristãos dirigiram-se ao castelo onde Sallúquia, pensando ser o seu amado, deu ordens para baixar a ponte levadiça. A surpresa da investida permitiu uma rápida conquista do castelo pelos cristãos. Percebendo o seu erro, Sallúquia agarrou nas chaves da cidade e atirou-se de uma das torres, que ainda hoje tem o seu nome – a Torre de Sallúquia.
Roberto A. Pérez
ORQUESTRAÇÃO
Voz
Violino
Trompa em Fá
Tímpanos
Caixa
Percussão: Triângulo, Pratos suspensos, Tamtam, Blocos de madeira
Vibrafone
Marimba
Piano
Coleção “Obra Didática de Roberto Alejandro Pérez” | Volume XX
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